O amor, este que soa tão abstrato e
inatingível quanto o vento,
que às vezes nos invade
sem mesmo perceber.
Tal é sua delicadeza, provendo
às pessoas a liberdade concreta,
livrando da dor, do medo que,
eventualmente, circunda
com alguma intenção.
Ah, o amor! Sentimento denso e inabalável,
desviando da razão, perfurando a alma,
morrendo por ora, tal como uma orquídea,
renascendo desde então.
O amor, que por vezes atua ausente,
é que se sente por tanta gente,
invadindo profundamente.
Ama-se o pai, a mãe, o rapaz que mora ao lado,
ou um livro qualquer, por fim ama-se o mundo.
O mundo nunca deixa o amor,
ou será o contrário?
Que seja mútuo então!
Vivendo de que, se sem ele não sei viver?
Porventura um vazio, que rasga no peito.
Vem vindo a frieza, aquela nunca desejada,
nem mesmo esperada, que ataca e inebria.
Uma frieza que não se adquire porque se quer,
mas por não existir mais nada.
Poeta Singelo